Apesar do papel fundamental que os Povos Indígenas e outras comunidades tradicionais desempenham no manejo e na proteção dos recursos de água doce em toda a Amazônia, há poucas informações agregadas em escala de bacia que ilustrem essas relações próximas e identifiquem lacunas e oportunidades.
Reconhecendo isso, a TNC e seus parceiros desenvolveram um mapa abrangente que apresenta as iniciativas em andamento de manejo e monitoramento da pesca em toda a Bacia Amazônica. As iniciativas de manejo pesqueiro geralmente se enquadram em duas categorias:
- Áreas de manejo formal, frequentemente estruturadas como acordos de pesca, em que as práticas comunitárias são reconhecidas pelas autoridades governamentais; e
- Áreas de manejo informal, onde as comunidades gerenciam seus recursos de forma independente, sem reconhecimento formal.
O monitoramento pesqueiro refere-se à coleta sistemática de dados sobre as atividades de pesca, incluindo composição das capturas, esforço de pesca, uso de apetrechos e outros indicadores essenciais. Mais detalhes podem ser encontrados no relatório complementar, disponível para download abaixo.
Quote: Fernanda Silva
O mapeamento também identifica áreas de manejo prioritárias para promover a conectividade aquática, essencial para habitats de ecossistemas de água doce saudáveis e resilientes. O foco na conectividade melhora a eficácia geral e contribui para ampliar os esforços de conservação.
Em junho de 2025, foram identificadas 155 iniciativas de manejo pesqueiro em quatro países da região amazônica. No total, mais de 1.200 comunidades e 21.000 pescadores estão envolvidos na gestão da pesca na Amazônia. Esses números provavelmente estão subestimados, já que muitas áreas de manejo local operam sem reconhecimento formal, o que dificulta a obtenção de dados confiáveis sobre elas. É provável que as iniciativas de manejo pesqueiro não formalizadas estejam pouco documentadas e insuficientemente representadas nesta avaliação.
Ao elaborar o relatório e o mapa “Pesca na Amazônia: Mapeamento de Iniciativas de Manejo e Monitoramento”, foi possível direcionar a análise para locais de projeto ideais e potenciais parceiros, maximizando os resultados de conservação tanto local quanto regionalmente. Esse mapa será compartilhado com diversos atores e agências em toda a Bacia Amazônica, para promover uma troca de conhecimento equitativa. Por exemplo, agências ambientais podem usar essas informações para gerir intervenções e métricas de conservação de forma mais integrada e baseada em dados.
Mapeamento para Colaboração
Nosso objetivo é ampliar o impacto local e regional por meio de políticas e parcerias colaborativas, utilizando essa nova distribuição espacial das iniciativas para embasar decisões estratégicas de manejo.